Por que reescritas?

Bianca de Paula

Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Fundamental I

 

Para ensinar nossos alunos a escrever bons textos optamos, nas séries iniciais, pelo trabalho com reescritas. Abaixo vamos mostrar como este trabalho é realizado e o quanto é importante para a formação do bom escritor. Este artigo do blog também tem a intenção de mostrar a diferença entre a redação escolar, muito comum nos currículos escolares, e a produção de textos – prática mais atual e completa para o ensino do ofício de escrever bem.

A escrita é uma das ferramentas mais importantes que o ser humano possui para se comunicar. Indivíduos que a dominam e se expressam bem têm mais oportunidades, sucesso profissional e pessoal.  O desafio é escrever com coerência, criatividade, saber escolher as palavras, preocupar-se com a grafia correta, revisar o texto inúmeras vezes, procurar surpreender, emocionar, informar e transmitir a mensagem desejada, buscar em outras fontes recursos para o texto que está sendo escrito, dominar a leitura como meio para a escrita, etc. Todas estas habilidades citadas não são de um escritor profissional e sim de todos que se preocupam em atender os pré-requisitos de uma sociedade cada vez mais exigente neste sentido. 

Diante destas necessidades nossa escola está preparada para formar alunos que lidem com a leitura e a escrita de forma completa e inteligente.

As propostas de redação sempre foram consideradas pelas escolas tradicionais como o único meio de fazer com que os alunos aprendessem a escrever textos. Nestas redações, sempre se propõe um tema determinado ou livre, sem a preocupação com os gêneros textuais. Os tipos textuais não são apresentados, como se todos pudessem ser escritos da mesma forma e tivessem as mesmas características. Geralmente no trabalho com redações, o foco não é ensinar a escrever bem, é somente avaliar como o aluno escreve. Nesta avaliação são usualmente levados em conta dois aspectos: a criatividade e a ortografia. Não são considerados os aspectos discursivos do texto, extremamente importantes para uma escrita de qualidade. Além disso, geralmente não são oferecidos aos alunos modelos de textos de qualidade.

É por este motivo que a reescrita é uma proposta muito mais completa do que as redações e que permite ao aluno, a partir do texto modelo que será reescrito, olhar para diversos aspectos da língua escrita, ao longo da escolaridade. Segundo Luize (2008, s./p.):

Diante da tarefa de escrever um texto já conhecido – por exemplo, uma narrativa –,

os alunos podem tomar uma escrita como referência e se debruçar sobre ela.

Não se trata de uma cópia, mas de uma imitação,

o que demanda um processo de desconstrução e reconstrução do texto.

Reescrever textos de qualidade é importante para que o aluno entre em contato com a leitura e a escrita de modo que possa aprender a escrever levando em conta a forma como se escreve e não somente o que se escreve. Além do mais, reescrever um texto conhecido permite ao aluno não se preocupar, naquele momento, com a invenção do conteúdo e sim se focar na forma do texto, na escolha das palavras, para atingir e surpreender o leitor em potencial.

Além disso, as reescritas também podem trazer propostas de modificação no texto, mas não se trata de um mero exercício de criatividade como nas redações, a tarefa é muito mais complexa já que para continuar um texto, mudar seu final ou fazer inserções, é preciso garantir a coerência temática e textual. A compreensão dos eixos de significação já estabelecidos no texto também é fundamental para uma modificação coerente.

Após este trabalho com reescritas, os alunos, em séries mais avançadas, produzem textos de autoria (neste caso, a aluno cria o conteúdo do texto)  mas com muito mais conhecimento e propriedade, visto que leram, analisaram e reescreveram textos de autores profissionais. Como afirma Teberosky (1997, p. 99),

Quando propusemos o procedimento de reescrita em classe, nosso

objetivo era fazer com que as crianças imitassem o comportamento do outro,

sendo que o “outro‟ era um profissional da redação escrita –

isto é, estávamos estimulando uma espécie de pedagogia dos bons modelos.

O trabalho com as reescritas permite também que a gramática seja estudada a partir dos textos. Os alunos passam a conhecer o uso correto da gramática, já que o que importa, no início do Ensino Fundamental, é saber utilizar nos textos recursos oferecidos pela gramática e não apenas saber nomear e definir classes gramaticais. Por exemplo, é mais importante saber utilizar verbos no texto do que saber conjugá-los fora de contexto.

Para este tipo de trabalho consideramos alguns aspectos relacionados à faixa etária e ao que as crianças são capazes de produzir com certa autonomia.  Com crianças em fase de alfabetização propomos reescritas de textos que saibam de memória, como parlendas, canções, versinhos etc. A reescrita destes textos de memória são favoráveis para a alfabetização já que o aluno precisa pensar nas letras que vai colocar para reescrever e não no conteúdo do texto, que já está memorizado.

Outra boa situação é a reescrita coletiva, que pode ser feita em pequenos grupos ou com a sala toda. Nesta proposta, os alunos ditam e o professor é o escriba (escreve na lousa ou em um cartaz o que os alunos ditam discutindo com eles a melhor forma de escrever). Portanto, todas as decisões são tomadas em conjunto, fazendo com que os saberes de todos circulem durante a produção de textos, proporcionando ricas discussões sobre como escrever. As propostas de reescritas coletivas iniciam-se desde a Educação Infantil até as séries iniciais do Ensino Fundamental. Após este contato coletivo os alunos já podem passar a reescrever textos em duplas e individualmente. Além da reescrita, propostas de mudança no texto também podem ser oferecidas para proporcionar cada vez mais desafios para os alunos no Ensino Fundamental, até chegar a produções de autoria. Consideramos, ao realizar este trabalho, o que diz a autora Teberosky (1997, p. 96),

Muitas variações são possíveis no desenvolvimento da atividade de reescrita,

descreveremos em primeiro lugar a reescrita sem variação.

A atividade desenvolve-se da seguinte maneira:

um texto de um determinado gênero é lido para a criança,

ou ela mesma o lê, depois pede-se que ela o reescreva como estava no livro

(ou num texto-fonte de determinado gênero).

A atividade de reescrita cria, assim,

um espaço intertextual entre o texto-fonte e os textos reescritos,

que permite uma dupla comparação:

entre as escritas resultantes entre si e entre cada uma delas e o texto-fonte.

Em todas as situações de reescrita realizamos com os alunos algumas etapas: o planejamento do texto, a produção de textos intermediários (a partir de leituras e análises do texto-fonte), a textualização (escrita ou digitada) e as revisões do texto. Todas estas etapas são consideradas como conteúdos de ensino. Por exemplo, no planejamento do texto, ensinamos que, antes de escrever precisam elencar os fatos da história, para não esquecê-los na hora da reescrita. O professor ensina que um planejamento é composto de fatos que ajudam a lembrar das partes do conto e não podem ser escritos com muitos detalhes, é somente um lembrete, os detalhes ficam na própria produção de textos.

Nos textos intermediários são registrados os aspectos analisados a partir da leitura do texto modelo. Estes podem ser pré-selecionados pelo professor de acordo com as características do texto e do que foi eleito como conteúdo. Por exemplo, para a reescrita de contos de fadas, os alunos de segundo ano podem produzir um texto intermediário com os marcadores temporais que podem ser utilizados para dar coerência à história. No momento da reescrita, estes textos intermediários servem como fonte para consulta.

Veja abaixo a análise do texto “Os gnomos e o sapateiro” de Heloísa Prieto feita por alunos de 3º ano:  

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Antes de fazer a reescrita os alunos leram o texto e grifaram palavras importantes que poderiam utilizar em suas escritas – como por exemplo os marcadores temporais “Certa noite”, “De manhã”, “À meia noite”.

Também grifaram a forma como a autora utilizou os verbos: “fazê-los”, “examinou”, “intrigava-o”. Ou seja, os alunos estudaram gramática no próprio texto, para aprender a escrever bem, sem precisar fazer exercícios sem sentido.

Texto intermediário que os alunos podem consultar durante a sua produção de textos

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Destacaram do texto palavras que chamaram a atenção e que poderiam utilizar em suas escritas.

A partir deste trabalho crianças de 7 e 8 anos passaram a utilizar em suas escritas palavras mais rebuscadas e aprenderam a flexionar os verbos para não repetir palavras no texto. Por exemplo: ao invés de escrever “vender os sapatos” aprenderam a utilizar “vendê-los” já que a palavra sapatos havia sido utilizada anteriormente no mesmo parágrafo do texto.

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No texto intermediário ao lado os alunos listaram as palavras que a autora utilizou para substituir “sapateiro” e “gnomos” e desta forma não repeti-las.

Em seguida estão os marcadores temporais identificados pelos alunos. Nossos pequenos escritores aprenderam que são palavras importantes para indicar a passagem do tempo na história.   

Planejamento da reescrita: os alunos organizaram coletivamente  os episódios para suas reescritas, assim não esqueceriam de nenhuma parte do texto, garantindo a coerência do mesmo.

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No conto “Os gnomos e o sapateiro” a reescrita foi coletiva até a metade do texto e o restante foi individual. A decisão de reescrever coletivamente parte do texto foi tomada para que houvesse maior intercâmbio entre os alunos e mais intervenções da professora para garantir a aprendizagem. Diferente das redações em que o aluno recebe o título e escreve sozinho nesta proposta, como visto nos exemplos acima, há uma troca constante e vários estudos do texto antes da escrita, ou seja, os alunos realmente aprendem a escrever.

A revisão é uma etapa muito importante e os professores dispensam atenção especial neste momento, já que a formação do escritor competente depende de sua capacidade e competência para revisar o texto que escreveu. A revisão pode ser feita de várias formas: coletivamente, em duplas, com foco em determinados aspectos, pode acontecer durante a escrita e após alguns dias de distanciamento do texto.

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A dupla de alunos revisa o final do conto escrito por eles. Os alunos aprendem a ler o próprio texto e revisá-lo, ou seja, muito mais do que uma simples correção do professores, apontando erros, o processo de revisão ensina o aluno a ler o que escreveu e verificar o que pode ser melhorado.

Neste trecho, com ajuda da professora, os alunos grifam o que querem melhorar texto: aspectos ortográficos, pontuação e repetição de palavras.

Como observaram é muito complexo o trabalho com reescritas. Longe de ser uma mera cópia de um texto, o aluno analisa, observa, reflete e produz o texto observando um autor consagrado. No Interação, para a realização deste trabalho, apostamos na formação constante dos professores para garantir que trabalhem com a reescrita considerando todo o processo que envolve a leitura, a análise, a produção e a revisão de textos como meios para a formação de leitores e escritores competentes.

Bibliografia

LUIZE, Andréa. Repensando o papel das reescritas na formação do leitor e do escritor. São Paulo: CEEV, 2008 (apostila de referência do curso com o mesmo título).

TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever – Perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática, 1997.

Reflexão sobre o percurso pedagógico que o Centro Educacional Interação tem realizado através do olhar da avaliação externa

Suzete de Souza Borelli

Assessora de Matemática

 

A avaliação externa

A avaliação externa é um dos instrumentos para o acompanhamento das ações educativas de um Sistema de Ensino ou de um conjunto de escolas. Ela pretende verificar o desempenho da escola e o seu resultado é uma medida de proficiência que possibilita aos gestores de Sistemas e às unidades escolares um retrato de seu desempenho para posterior tomada de decisões pedagógicas.

O objetivo da avaliação externa é verificar a qualidade da Educação que está sendo oferecida, possibilitando, a partir dos resultados, um panorama geral do desempenho dos alunos em duas áreas do conhecimento Língua Portuguesa e Matemática, especificamente com o 5º ano do Ensino Fundamental.

As avaliações externas ou também chamadas de larga escala podem ser censitárias ou amostrais. Elas possuem uma metodologia e instrumentos específicos de análise que possibilitem a manutenção da comparabilidade e confiabilidade dos resultados. Para efetivar a comparabilidade, os testes são construídos de forma padronizada e seus resultados são alocados em uma escala de proficiência que varia de zero a 500. As escalas de proficiência estão organizadas em intervalos de 50 em 50, como podemos verificar na tabela abaixo e organizadas em quatro níveis: Avançado, proficiente, básico e o abaixo do básico.

Tabela1: Proficiências em Leitura e Matemática

Nível de desempenho Leitura Matemática
Avançado Maior que 250 Maior que 275
Proficiente Entre 200 e 250 Entre 225 e 275
Básico Entre 150 e 200 Entre 150 e 200
Abaixo do Básico Menor que 150 Menor que 150

 

Colégio Interação e a Avaliação Externa

Fizemos uma pequena introdução para situar a nossa comunidade escolar sobre a importância da avaliação externa e anunciar que no ano de 2013 o Colégio Interação participou da Jornada de Avaliação organizada pela Avalia Assessoria Educacional, empresa responsável por grande parte das Avaliações de larga escala em todo pais.

Apresentaremos a seguir alguns dos resultados de proficiência de Leitura e de Matemática compartilhando assim, o bom desempenho alcançado pela escola nessa primeira participação.

Tabela 2: Resultado do 5º ano em relação a Leitura e a Matemática – 5º ano/2013

Nível de desempenho

Distribuição percentual de alunos nos níveis
Leitura Matemática
Avançado 74% 16%
Proficiente 25% 44%
Básico 1% 38%
Abaixo do Básico 0% 1%

Ao analisarmos os resultados da nossa escola podemos verificar que existe uma concentração nos níveis mais altos de proficiência, tanto em relação a Língua Portuguesa, quanto em Matemática. O que demonstra que as ações pedagógicas que estamos desenvolvendo têm permitido uma apropriação dos conhecimentos por parte dos alunos.

Comparação com escolas semelhantes

Um dos dados organizados pela Instituição que organizou a Jornada de Avaliação foi a comparação dos dados de instituições educacionais com perfil semelhante ao do Centro Educacional Interação, apresentaremos os dados em três agrupamentos: a nossa escola, escolas semelhantes e a escola-padrão.

Escolas semelhantes: considera a localização, o tamanho e o nível sócio econômico das famílias atendidas.

Escola padrão: fundamentada na terceira meta do compromisso Todos pela Educação[1].

Tabela 3: Comparação entre escolas semelhantes do resultado de Leitura do 5º ano/2013

  Nível de proficiência
Grupos Avançado Proficiente Básico Abaixo do Básico
Nossa escola 74% 25% 1% 0%
Escolas semelhantes 68% 26% 5% 0%
Escola Padrão 25% 45% 25% 5%

 

Como podemos verificar na tabela acima a nossa escola não tem nenhum aluno abaixo do básico, apenas 1% no nível básico e 25% no nível proficiente e 74% de alunos muito acima do que é esperado para esse ano de escolaridade. Se compararmos com as escolas semelhantes, também vemos que a proficiência dos nossos alunos está concentrada no nível avançado como também o está das escolas semelhantes, no entanto, estamos 6% acima das escolas que possuem características semelhantes à nossa.

Nesse sentido, fica evidente o deslocamento para um nível superior da proficiência dos nossos alunos na leitura.

Tabela 4: Comparação entre escolas semelhantes do resultado de Matemática do 5º ano/2013

  Nível de proficiência
Grupos Avançado Proficiente Básico Abaixo do Básico
Nossa escola 16% 44% 38% 1%
Escolas semelhantes 14% 44% 39% 3%
Escola Padrão 25% 45% 25% 5%

Ao analisarmos as proficiências dos alunos em Matemática, verificamos que em relação ao conhecimento Matemática os nossos alunos estão 2% acima no nível avançado do que em relação às escolas semelhantes, ficando evidente também o deslocamento das proficiências para o nível superior.

Finalizando, podemos perceber que os resultados da avaliação externa mostram que o currículo desenvolvido, a formação dos professores, as estratégias de ensino e as formas de acompanhamento dos alunos estão alcançando níveis altos de proficiência dos nossos alunos.

Parabéns a toda equipe do Centro Educacional Interação pelos resultados alcançados!

[1] Todos pela Educação: Movimento formado pela iniciativa privada, sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos que buscam meios para garantir uma educação básica de qualidade.

TRILHAS DO CONHECIMENTO: DA LITERATURA E ARTE À TECNOLOGIA

Percorro os corredores, salas de aula, pátios. Todos os ambientes exibindo cartazes, painéis… sinto que são como pedacinhos de cada aula, cada aprendizagem que nossos alunos tiveram , construída no dia a dia.

 A mostra pretende ser uma síntese do que foi  estudado, vivido por nossos alunos e professores ao longo do 2º trimestre.  As primeiras pessoas começam a chegar; o ambiente  começa a ganhar nova vida, enriquecido pelas pessoas que vão entrando, olhando, se entusiasmando com os trabalhos, as apresentações…  Os alunos ansiosos, querendo mostrar aos pais tudo o que aprenderam,  dando o melhor de si. Cada espaço vibra, com as cores dos trabalhos, das tintas, dos recortes de papeis.

Além dos trabalhos, também contamos com a feira literária; percorro as prateleiras,  os diversos volumes, tantas opções, tantos livros bacanas que tenho vontade de ler, vou levar este aqui, será que vou arranjar tempo para ler?

Me dirijo para a sala de troca de livros. Puxa, olha só, esse livro que eu sempre tive vontade de ler, está agora aqui, me aguardando. Sem custo nenhum, vou trocá-lo por aquele livro que doei . Darei prioridade a este para minha próxima leitura. O que comprei na mostra literária, vai ficar aguardando mais um tempinho.

Agora, vou assistir à apresentação do fundamental I e  II no pátio da cantina e depois vou para o pátio branco ver como os pequeninhos estão se saindo em suas apresentações. Entro em uma sala e vejo tons de amarelo e azul vibrando, olha só,  sobre o Van Gogh; devidamente representado e explicado tintin por tintin, leio um cartaz e fico com pena,  porque vejo que ele só foi reconhecido após sua morte. Em cada sala, aprendo um pouco mais sobre Clarice Lispector, Pedro Bandeira… Entro em outra sala e vejo o ótimo trabalho feito sobre Shakespeare. Temos até entrega de Oscar nessa sala.

Puxa, tanta coisa para ver, tantos trabalhos, tantas apresentações. Que orgulho estou sentindo! Essas professoras mais uma vez se superaram, que bacana ficou a Mostra este ano!

É com esse sentimento, de orgulho, alegria, que a cada ano, a cada mostra, sinto que é muito gratificante ter esse contato com os pais, os visitantes, ter a oportunidade de mostrar nosso trabalho; o quanto todos se esforçaram para mostrar como é rico e bonito este universo de aprendizagens, o mundo do Interação!

 Elvira Russo de Paula

Diretora

Arte na Educação Infantil: o que priorizamos no ensino e aprendizagem

 Bianca de Paula 

Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Fundamental I

O ensino da Arte na Educação Infantil mudou ao longo dos anos, trabalhamos de forma com que a criança possa expressar-se nas aulas de Artes e não somente reproduzir o que o professor solicitar. Mas isto não significa que simplesmente vamos deixar o aluno livre, desenhando, pintando e descobrindo sozinho o que gosta e o que quer fazer. O trabalho do professor é complexo neste sentido, pois vamos criar todas as possibilidades para que este aluno saiba se expressar através da Arte, para que ele construa um olhar apurado em relação às produções artísticas presentes no mundo (inclusive as suas e as dos colegas de classe).

O papel da escola vai muito além de ensinar a desenhar em um caderno de desenho. Trabalhamos com artes visuais, de modo mais amplo, presente em pinturas, gravuras, esculturas, cinema, ilustrações, fotografia e etc.

O nosso currículo em Arte, ou seja, o que vamos ensinar aos alunos, não está focado em datas comemorativas, como por exemplo: na Páscoa vamos desenhar o coelhinho, no dia do índio vamos fazer uma colagem de uma oca, no dia da água vamos fazer um desenho sobre o meio ambiente, na Festa Junina vamos desenhar bandeirinhas. Pensamos em um currículo que contemple as diferentes linguagens em Arte: o trabalho com artistas, observações e apreciação das obras destes artistas, releitura destas obras (fazer artístico), contextualização histórica (biografia do artista, momento em que produziu a obra etc.).

Para alimentar o desenho do aluno e oferecer possibilidades para que desenhe e produza com mais criatividade oferecemos também temas específicos, como por exemplo, no 1º ano, desenvolvemos o tema “Animais”. Observamos com as crianças diversas obras de Arte que trazem animais, artistas que pintaram animais, jeitos diferentes de desenhar um animal. Com isto, não reduzimos o olhar do aluno, ampliamos para várias possibilidades de desenho. Eles verão animais em movimento, animais mais coloridos, animais em preto e branco, fundos de paisagens para este animal, uma visão mais modernistas de um gato, um animal feito de materiais inusitados como lã, sucata, ferro, fotografias de animais e então, quando for produzir o seu gato, ou seu cachorro, pensará de forma mais criativa, a partir do contato que teve com estas obras. Também gostaria de dizer que não oferecemos “desenhos prontos” para os alunos pintarem do tipo “Vamos Colorir”. Não é que seja proibido, em casa sabemos que os alunos têm estas revistinhas de colorir. Mas, na escola, se oferecermos muitos desenhos prontos não criaremos as possibilidades citadas acima. O aluno vai ter contato com um tipo de desenho pobre do vista de vista artístico e, consequentemente, sua visão e seu repertório vão ser limitados a estes desenhos que são conhecidos como estereotipados.

Diferentes tipos de animais oferecidos aos alunos do 1º ano para alimentar suas produções:

1
Tarsila do Amaral – A Cuca

 

2
Portinari – Floresta,1938. Óleo sobre tela
 

 

3
Leda Catunda – Xica, a gata e Jonas, 
o gato, 1984 Acrílica sobre tecido e luz 


4
Aldemir Martins – Gato azul 
 

 

5
Gustavo Rosa – Gata

 

Na Educação Infantil oferecemos aos alunos, no Projeto de Arte, o tema “Futebol nas Obras de Arte”.

Vocês sabiam que muitos artistas utilizaram o futebol como inspiração para suas obras de arte? Em ano de Copa do Mundo no Brasil analisamos e produzimos com os alunos da Ed. Infantil a partir deste tema.

Vejam um pouco deste trabalho:

No Infantil II os alunos foram convidados a apreciar a obra de Flavio Freire, artista contemporâneo:

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No trabalho de apreciação da obra, os alunos conversam sobre a pintura, explicitando suas impressões e opiniões:

Professora: O que vocês estão vendo nesta obra?

Criança  – Menino jogando bola

Criança  – Bola

Criança  – Goleiro

Criança: Ele está pulando

Professora: Onde ele está?

Criança: No campo de futebol

Professora: Que material vocês acham que ele utilizou nesta obra?

Criança: Tinta

Professora: Como sabem?

Criança: Ele pintou de branco

Criança: Lápis de cor branco não aparece

Criança: Ele usou pedra

Criança: Por causa da cor da bola

Professora: Mas como a bola ficou parecendo pedra, o que o pintor fez?

Criança: Misturou tinta

Criança: Usou lã

Professora: O que vocês acharam do cabelo do jogador?

Criança: Arrepiado, parece o Neymar

Professora: Mas como ele fez para pintar o cabelo assim?

Criança: Fez com um pincel bem magrinho

Criança: Contornou primeiro e depois pintou de preto

Criança: Para o chão usou um pincel grande, para ser mais rápido.

Professora: E o jogador está parado ou em movimento?

Criança: Está chutando a bola

Professora: E como vocês sabem?

Criança: Curvas, tem curvas

Criança: Fez “assim”(mostrando as suas mãos como as do jogador).

Criança: Tem braços tortos

Criança: Este aí tem cara, não é igual do Portinari.

Professora: Agora  iremos desenhar um jogador em movimento.

Neste diálogo entre professor e alunos é possível perceber que a professora faz perguntas para que os alunos observem as técnicas utilizadas pelo artista e não somente o que foi pintado, mas como foi pintado. Por exemplo, quando ela pergunta sobre o cabelo e sobre o jogador em movimento. Os alunos passam a falar do tipo de pincel e do traçado do desenho e isto certamente contribuirá para quando estiverem produzindo.

 

Desenhos de alunos do Infantil II – “jogador em movimento”

 

Oficina de Arte para professores:

A oficina para os professores foi realizada para aproximar os mesmos da prática das crianças. Ou seja, o professor também precisa produzir arte para entender e se aproximar do universo de seus alunos. Disponibilizamos diversos materiais para que os professores escolhessem alguns e fizessem suas obras de arte. Após a oficina cada um contou para o grupo como fez a escolha dos materiais, o que produziu, o que sentiu naquele momento e como tomou as decisões. Desta forma, os professores puderam refletir sobre o ensino da arte e a importância de abrir espaço que os alunos se expressem e socializem suas produções com os colegas de sala. A formação de professores para o ensino da Arte deve ser constante na escola, já que precisamos nos aperfeiçoar para não limitar a imaginação e poder de produção de nossos pequenos artistas.

 

É assim que pensamos, agimos e praticamos ROBÓTICA!

A robótica ajuda os alunos a compreender como as coisas funcionam no nosso dia a dia, desde um elevador ao liquidificador; da porta automática do supermercado ao sensor de ré de um automóvel… enfim os objetos do nosso cotidiano.

Vários conteúdos são apresentados e detalhados nas aulas, a criança manuseia, constrói, vê o que dá errado e o que dá certo, por que é preciso tanto parafuso para colocar nesta ou naquela peça, ou qual material alternativo que podemos utilizar nas nossas montagens, experiências e etc. A prática estimulando a teoria.

Com as diferentes montagens e experimentos os alunos usam o raciocínio lógico, o pensamento, a atenção, o poder de concentração e a observação, buscando encontrar soluções para os problemas que surgem.

Com as aulas podemos trabalhar o desenvolvimento da coordenação motora e aprimorar o rendimento escolar, algo fundamental para a evolução do indivíduo, fazendo com que ele consiga perceber quais são os grandes desafios, os caminhos e os recursos que têm à disposição para ter êxito nas tarefas. Ele aprende a se perguntar por que não deu certo no que tentou fazer e a encontrar resposta para cada um dos seus erros. Ele se habitua a pensar sobre o próprio desempenho – e a vibrar com o que se mostra capaz de conquistar.

Nas aulas já usamos…

RoboMind???

O que é o RoboMind?2014-05-06 18.36.45

ROBO é uma linguagem de programação educativa nova e muito simples que introduz a criança ao mundo dos conceitos básicos de ciência da computação, programando o seu próprio robô.

ROBO é projetado de tal forma que você pode começar a explorar e programar imediatamente. A linguagem de programação especial foi criada e consiste em um conjunto conciso de regras e é voltada para a programação de um robô. 

Nossos alunos do 1º ano explicando o Robo Mind:

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SuperLogo???

O que é o SuperLogo?

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É uma linguagem de programação utilizada para automação e controle de dispositivos robóticos. Foi desenvolvida no Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto Tecnológico de Massachusetts. 
É um conjunto de materiais disponíveis para colocar à prova o usuário sobre a coerência de suas ideias ao tratar de ordenar alguma coisa ao computador.

Para que serve?

O Superlogo serve para trabalhar a concentração, a lateralidade, a atenção, a percepção dos alunos. Pode ser aplicada em qualquer faixa etária.

O Scracth???

O que é o Scratch?

Scratch é uma nova linguagem gráfica de programação, inspirada no Logo, que possibilita a criação de histórias interativas, animações, simulações, jogos e músicas, e a partilha  dessas criações na Web.

Scratch e a  Matemática

Apesar de o Scratch não ser uma aplicação específica para a Matemática, pode oferecer enormes potencialidades nesse domínio, uma vez que é uma linguagem gráfica que trabalha com o raciocínio lógico. 

Modelix…2014-05-06-18.36.30.jpg

Kit de Robótica que…

Proporciona um aprendizado prático que desenvolve no aluno a capacidade de pensar e achar soluções aos desafios propostos. Incentiva o trabalho em grupo, a cooperação, planejamento, pesquisa, tomada de decisões, definição de ações, promove o diálogo e o respeito a diferentes opiniões.

Nas aulas os alunos encontram diferentes situações de desafios e aprendizagem, tanto nas plataformas virtuais citadas acima, quanto nas montagens com materiais alternativos (Carrinho movido a bexiga e  Barco movido a sabão) e também com materiais didáticos como o Modelix são oferecidos como proposta educativas.

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É assim que pensamos, agimos e praticamos ROBÓTICA!

Profª Glaucia Porto

A Revista Veja publicou uma reportagem referente a: “Crianças que aprendem a escrever códigos para computador desenvolvem o raciocínio lógico e a capacidade de simplificar problemas complexos.”

Confira a reportagem!!!

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Momentos das Aulas…

Mostra Cultural Interação – A Copa do Mundo em destaque

O evento aconteceu e foi um sucesso.3 Os pais que tiveram a oportunidade de visitar a Mostra Cultural Interação no último dia 24/06, puderam apreciar os trabalhos, debates e explanações de nossos alunos. Desde a Educação infantil até o 9º ano, todos apresentaram as várias facetas e desdobramentos que esse tema trouxe para as salas de aula.

Nossa escola não podia deixar passar esse tema “Copa do Mundo” como objeto de estudo para o Projeto do 1º trimestre. Um tema rico, pois nos possibilitou trabalhar várias áreas do conhecimento mesclando os vários sentimentos que esse evento traz à tona: patriotismo, orgulho, preocupação, crítica, dúvida…  Como assim? Explico melhor:  A escola foi realista ao trabalhar o tema: ao mesmo tempo em que a educação infantil ficou sabendo um p57ouco mais sobre o que era a Copa do Mundo, durante a mostra cantou seu amor ao Brasil e ofereceu um minimuseu do Futebol aos visitantes;   o Ensino Fundamental I pesquisou muito e ficou sabendo muitas curiosidades: conquistas do Brasil nas Copas do Mundo, quem são nossos adversários; estudaram sobre as cidades brasileiras que sediarão a copa no Brasil.  Coube ao Fundamental II ir mais fundo nessas pesquisas e descobrir o lado B dessa história: quais são os impactos ambientais e tecnológicos que a copa causa aos países que a sediam; os problemas que a execução desse evento tem causado ao Brasil, o montante de dinheiro que foi gasto; os movimentos sociais e manifestações contra o evento.

1Enfim, a Mostra retratou um pouco a mescla de sentimentos que a Copa do Mundo tem suscitado nos brasileiros.  Penso que precisamos tentar recuperar o orgulho deste nosso Brasil; o amor pela pátria, que anda um pouco em baixa. A canção que nossas crianças do 1º ano cantaram tão lindamente: “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo, meu coração é verde, amarelo, branco, azul, anil” nos faz pensar um pouco o quanto esse sentimento precisa ser resgatado . Nossa autoestima enquanto brasileiros está pequena: triste, isso.  Afinal, o Brasil somos todos nós: tem muita gente boa que faz este Brasil ser tão gigantesco, bonito e generoso: tanta gente que trabalha arduamente, honesta, que cumpre suas obrigações. Este é o Brasil verdadeiro, do qual devemos nos orgulhar. Cabe a nós fazer com que ele fique cada vez melhor. Nós, do Interação, vamos fazendo nossa parte, trabalhando  para que nossos alunos sejam cada vez mais pessoas participativas, com espírito crítico e assertividade. Além disso, as eleições estão aí, uma oportunidade que temos de exercitar nosso direito de ter um país cada vez melhor e que traga de volta o nosso amor e orgulho pela Pátria Mãe.29

Um abraço

Elvira Russo de Paula

Diretora

Por que optamos por Livros Didáticos?

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Um dos aspectos relevantes do ensino de uma escola é a adoção dos materiais didáticos utilizados que melhor atendam à proposta pedagógica da instituição. Vemos que na maioria das escolas, os sistemas de ensino vêm sendo cada vez mais utilizados. O que são esses materiais? Por que são tão valorizados e adotados? Parte-se do pressuposto de que são completos, prontos, padronizados, atendendo às necessidades de qualquer escola, em qualquer região. Dependendo do sistema adotado, as escolas recebem o pacote pronto, até mesmo com as avaliações a serem aplicadas, aulas prontas, etc. Ao professor cabe apenas aplicar a apostila, tendo o cuidado de não estourar o prazo do bimestre ou trimestre, tendo às vezes que “correr” com a matéria. Percebe-se que esse material é que dita os rumos da escola. Os professores tornam-se meros “aplicadores de conteúdo”. O aluno é que tem que se adaptar ao material e não o inverso. Podemos inferir que ao adotar esses sistemas de ensino a escola abdica de sua autonomia e proposta pedagógica única, rendendo-se a uma fórmula pronta, mais digerível, facilitadora e que se amolda e abarca diferentes propostas e teorias para as mais variadas escolas.

Penso que isso é no mínimo preocupante. Esse formato reforça um tipo de educação que se restringe à mera transmissão de conteúdos.  O ensino precisa ser muito mais do que um treino para provas e testes. A meu ver, esse sistema de ensino se adequaria mais se fosse utilizado  no ensino médio, pela necessidade de preparar para o vestibular – mas que o educando tenha cursado anteriormente um ensino fundamental em que habilidades como proficiência em leitura e raciocínio lógico tenham sido muito bem trabalhadas. Também nos deparamos com outro aspecto não menos importante e parte integrante do currículo; a educação para os valores e para a cidadania. Os sistemas de ensino não dão conta desses e de outros aspectos que ultrapassam a simples transmissão dos conteúdos.

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Na Escola Interação nossa opção foi e sempre será por materiais que orientem o trabalho do professor; ferramentas que favoreçam o aprimoramento da qualidade de seu trabalho. Trabalho autônomo, pensado e em consonância com a proposta pedagógica preconizada pela escola.

Temos sempre proporcionado aos profissionais um trabalho de formação dando-lhes a base teórica que os auxilia em sua práxis. Essa formação em serviço dá aos nossos professores meios para formular suas aulas com objetivos definidos, com foco na aprendizagem e necessidades individuais de seus alunos.

 A escola tem optado pela adoção de livros didáticos. Existem livros didáticos e livros didáticos. É preciso separar o joio do trigo, pois existe muita coisa ruim por aí e é preciso muito conhecimento teórico para escolher o melhor. Em nossa escola essa escolha sempre é feita de forma criteriosa, com análise aprofundada por profissionais que conhecem a fundo as teorias educacionais que dão suporte ao trabalho da escola. O livro didático, nesse contexto, está a serviço do professor, que tem a expertise de utilizá-lo de maneira a extrair o que é mais relevante para a situação de aprendizagem idealizada.

Uma grande vantagem que vejo na adoção do livro didático e outros materiais é a liberdade que a escola tem, a cada ano, de analisar o que há de melhor no mercado editorial e que atenda ao seu projeto pedagógico. A escola tem toda a autonomia em substituir esse material tão logo surja uma opção melhor e mais completa, sem compromissos que não sejam estritamente pedagógicos e educacionais.

Em paralelo ao livro didático, a escola utiliza a metodologia de projetos, que podem ser de diferentes áreas do conhecimento, em que o aluno vivencia situações de aprendizagem mais motivadoras que lhe permitem aprofundar seus conhecimentos.

 Não podemos também nos esquecer da tecnologia, cada vez mais presente nas salas de aula; a internet não pode mais ser dissociada do trabalho pedagógico da escola e nem da vida das pessoas. Tem sido uma contribuição muito valiosa que vem para complementar e enriquecer o ensino, tornando-o cada vez mais motivador, instigante e dinâmico. A revolução está apenas começando;  a interatividade proporcionada pela internet será cada vez maior e potencializará diferentes formas de aprendizagem. Livros e sistemas de ensino serão substituídos por outras formas de ensino on line. Isso ampliará ainda mais o leque de possibilidades. Isso permite que a  escola desenvolva um trabalho melhor e mais voltado às diferenças individuais e ritmos de aprendizagem de cada aluno. São novos paradigmas que estão chegando, e temos que estar preparados para essa nova realidade.

 

Elvira Russo de Paula

Diretora

Aprendendo a pensar História!

Imagem1_ O que é uma ilha?

_ É um monte de terra cercada de água por todos os lados.

E assim muitos aprenderam Ciências Sociais (História e Geografia) em outras épocas. Escrevo isso pensando nos que nasceram em décadas passadas. Tempos em que decorar era aprender, saber era reproduzir linha por linha o que líamos nos livros, e de certa forma se sentir orgulhoso por reproduzir com perfeição o que os textos disponíveis traziam como verdade absoluta e incontestável.

Neste ano, buscando aperfeiçoar meus saberes nestas áreas do conhecimento, estou novamente me vendo como aluna rodeada de muitas questões, dúvidas e uma imensa vontade de aprender.

Acompanhada pelos professores desta área estamos estudando não o conteúdo propriamente dito, mas a forma. Em nossa escola, o processo e a forma são primordiais, não só o conteúdo é o que queremos que aprendam, mas como aprender é foco nos objetivos traçados.

Estudar e principalmente aprender história e geografia diferem circunstancialmente dos tempos de decorar e reproduzir; queremos, em nossa escola, que nossos alunos pensem, formem opinião, pesquisem de verdade, estabeleçam relação com o que leem, o que aprendem em aula e o que vivenciam no mundo. E para isso é preciso aguçar o espirito investigativo como o de um verdadeiro historiador, de um geógrafo, por meio de estratégias  e procedimentos de busca constante, que lhes dêem condições de debater com criticidade e de sustentar sua argumentação pautados em estudos e em seu próprio conhecimento.

Por estes caminhos, com escolhas e estratégias pensadas e planejadas para o trabalho com Ciências Sociais podemos garantir, além de um amplo campo de possibilidades de aprendizagem, um aluno pensante, tornando seu conhecimento significativo e possibilitando que isso seja ampliado para sua vida. Apurando sua percepção de mundo e disponibilizando ferramentas para que possa debater sobre diversos assuntos ou mesmo buscar informações sobre qualquer tema para que possa encontrar suas próprias respostas.

Focando neste objetivo, para seguir com a proposta da nossa escola na formação de um futuro cidadão que sabe fazer, ser e pensar precisamos constantemente nos colocar neste papel de aluno, de pesquisador, retomar nossas raízes, repensar a maneira como nos foi ensinado e principalmente organizar e traçar boas estratégias que contribuam com a formação dos nossos pequenos e não tão pequenos assim.

Vale ressaltar, para finalizar este texto, o quanto percebemos cada vez mais essas características em nossos alunos, o quanto são curiosos e famintos por informações, como querem e gostam de saber e se colocar e quando falo se colocar, quero destacar que fazem com propriedade e certamente seguirão aperfeiçoando isso a cada dia mais.

As aulas de história e geografia são ricas em conhecimentos, trocas de boas ideias, debates recheados de argumentação e pontos de vista defendidos de forma calorosa e efetiva. E claro, não poderia deixar de citar as intervenções que são brilhantemente colocadas por nossa equipe de professores (Aline, André e Ariston) que realizam com muita satisfação o papel de ensinar e fazê-los pensar…

 

Coordenadora Andreia

A hora e a vez do 9º ano….

Ser orientadora das turmas do 9º ano é uma das melhores tarefas que desenvolvo no Centro Educacional Interação. Mas este texto não é para relatar as delícias e dissabores do papel que desempenho, mas sim para colocar os holofotes na série mais esperada e de certa maneira temida por nossos queridos alunos adolescentes.

As expectativas são muitas, as ideias se confundem. Quando nossos alunos chegam na série final observo, ano após ano, que as primeiras e principais dúvidas são basicamente as mesmas. As angústias e melindres transitam na mesma esfera de incertezas…“Como será? Como viver tudo isso sem deixar nada passar?” E uma única certeza: “Somos o 9º ano, chegou a nossa vez!!”

Para garantir um ano de muito sucesso, o papel das orientadoras é ouvi-los, direcioná-los, de certa maneira acolher e em determinados momentos trazer perguntas que vão ajudá-los a trilhar o caminho com mais autonomia, segurança e reflexão. Sabemos e acreditamos que uma boa pergunta sempre valerá mais do que muitas péssimas respostas.

Nesta tarefa, ou melhor, missão divido orgulhosamente os planos e a ação com a querida professora Carol. Mas voltando ao foco, meu objetivo neste momento é relatar um pouco do que vemos e vivemos no ano da formatura.

A ansiedade é muito grande, tão grande quanto os planos da maioria. Mesmo aqueles que se calam, que fazem a linha discreta e reservada, traçam em seu consciente ou subconsciente, o percurso que planejam seguir para alcançar o tão esperado futuro #sucesso!

Mas como driblar os desafios de uma série pedagogicamente muito difícil, com tantos conteúdos, tantas matérias, tantos professores, tarefas, trabalhos e provas. Então recebem a resposta, que soa tão simples quando falada, tenham rotina de estudo, não levem dúvidas para casa, leiam muito, refaçam exercícios, frequentem os preparatórios, que aliás garantem um super intensivão de aprendizado de tudo aquilo que os professores ensinam e propõem incansavelmente em sala de aula; parece simples, mas de fato não é, e todos sabem os motivos.

De um lado todas as cobranças em relação ao aprendizado, de outro todas as delícias que acompanham a adolescência e que parecem ganhar força quando se está no último ano sendo a turma mais velha da escola. Certamente não podemos desconsiderar o maior atrativo de todos, as redes sociais, as tão sonhadas curtidas e a curiosidade sobre a vida alheia….que atire a primeira pedra quem nunca!!

Mas nosso foco no Interação é trabalhar rumo a soluções e não problemas. Então nosso perfil não é proibir, criticar e sim pensar sobre, buscar soluções, transformar o que pode ser um problema em uma forma de chegar ao desfecho de uma questão que a princípio parecia não ter solução.

Então, não vamos banir a internet e seus encantadores e viciantes recursos e ferramentas, mas vamos, junto com a turma buscar equilíbrio na utilização e porque não utilizá-la a serviço do aprendizado e do conhecimento?

Pois bem, a palavra de ordem é essa, equilíbrio, e com ela chegamos a muitas outras como bom senso, controle, foco e prioridades. E são essas prioridades que nossos alunos precisam descobrir, ou, já tendo descoberto, precisam então colocar como prática a ser seguida e respeitada.

Por isso, nossos alunos, ex-alunos e futuros alunos podem estar certos de que levarão do Interação muito além de conhecimento e das práticas pedagógicas, levarão um pouquinho de todos nós, equipe, professores, direção e funcionários, levarão valores, reflexões, levarão ferramentas para saber, fazer, buscar e aprender.

E para este ano o 9º ano será constantemente orientado sobre como ter o melhor de tudo isso: Estudo e curtição. Serão incentivados a buscar, esperar, realizar, pensar, fazer e não fazer. Mas é importante dizer que cada um é cada um, os caminhos são apontados, mas cabe a cada indivíduo sua escolha e as responsabilidades que as acompanham.

Então, formandos: curtam, aprendam, busquem, respeitem e saibam que a escolha é sempre de vocês, mas o apoio é todo nosso!

#orgulho desde já #saudades para sempre.

Professora, coordenadora Andreia

Abril 2014  

                                                                                                 

Bem vindos ao nosso Blog!

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Estamos começando um blog da Escola Interação. Considero muito importante termos este veículo de comunicação para que possamos conversar com a comunidade escolar,  divulgar o projeto político-pedagógico, ampliar a discussão de conteúdos trabalhados em sala de aula e valorizar, para a comunidade, a produção dos alunos.

 Trataremos de muitos assuntos e esperamos compartilhar um pouco de nosso dia a dia com tudo o que isso representa: projetos, conteúdos, dúvidas, pontos de vista diferentes e muito mais. Toda a equipe escolar está convidada a participar e expor suas ideias.

Começa 2014 e com ele muita expectativa por este ano que promete ser muito diferente. Aqui na Interação estamos iniciando com muita garra e entusiasmo. Período de adaptação já praticamente concluído, bebês e pequeninos devidamente aconchegados e integrados ao ambiente, felizes. Já diferentes dos primeiros dias, em que entravam resistentes, às vezes chorosos, pedindo pelas mamães.

Os alunos do infantil foram muito bem recebidos pelas professoras e o Fund. I e II  foram acolhidos  de uma forma descontraída e diferente.  Muitas atividades esportivas/cooperativas e de conhecimentos gerais sobre Copa do Mundo de Futebol,  iniciando o ano letivo com muito aprendizado e diversão. Confirmamos mais uma vez no Fund. II que os alunos novos se integraram com mais facilidade, ao serem recebidos por alunos que já estudavam aqui, (os tutores.)

A escola toda redondinha, planejamento concluído, professores animados, falando de seus projetos, discutindo com os colegas abordagens interessantes e o assunto não pode ser outro: A Copa do Mundo, tema dos projetos do 1º trimestre. Nossa escola, consciente dessa importância, trouxe o tema para o ambiente escolar.  Nossos alunos estão pesquisando muito, conhecendo a história das copas, da cultura dos países que já foram sede e dos que estão participando.

Com certeza este será um ano atípico; este evento, quer queiramos ou não, será marcante e importante na história do país e na vida das pessoas. Já estamos vendo os resultados, pelos cartazes nos corredores e a efervescência nas salas de aula, como nossos alunos já estão sabidos e “experts” no tema.

Os alunos do fundamental II têm como foco os países que sediaram Copas anteriores e os impactos tecnológicos, ambientais e sociais; acidentes e o despreparo durante as obras; como o mundo vê o país do futebol e expectativas para o Brasil “pós-Copa”.

A pouco menos de 100 dias do início, a Copa do Mundo gera muitas expectativas; dúvidas pairam sobre  o pouco tempo disponível e o que ainda resta por fazer, se o Brasil vai conseguir  fazer bonito, e se isso vai trazer benefícios para o país. Enquanto cidadãos e torcedores o que nos resta fazer é cruzar os dedos e torcer para que tudo dê certo para nós e para o Brasil.

 Mas que este será um ano memorável, não restam dúvidas.

Enfim, o ano começa e estamos felizes porque aqui na Interação começou muito bem.

Abraços

Elvira Russo de Paula

Diretora.bg_home